Jim Bronson


© Coleção Equilíbrio em Duas Rodas (2021)
Livro: Ficções em Duas Rodas

JIM BRONSON
Fábio Magnani
[publicado originalmente em janeiro de 2011]

Quando eu assistia aos seriados do Incrível Hulk, do Fugitivo e do Kung Fu, achava que gostava deles por causa das cenas de ação. Mais tarde fui entender que havia mais coisas ali. O que cada um deles mostrava de significante era um cara solitário, que andava de cidade em cidade na busca da paz. No caminho, ajudava a quem podia, adquiria sabedoria, confrontava uns babacas que se achavam bacanas e lutava contra os seus próprios demônios. Em cada episódio conhecia uma nova cidade, novas pessoas, novos amores. Parecia coisa de rider, mas faltava uma moto.

Outro dia dei de cara com um seriado que era exatamente como aqueles, mas agora com a moto. Nunca tinha ouvido falar: “Then Came Bronson” (algo como “Então Veio Bronson”). Pelo o que eu pesquisei, foi um seriado de TV em 26 episódios apresentado nos EUA em 1969-70. Eu só assisti ao programa piloto, que foi lançado como filme quase na mesma época do “Easy Rider”. A idéia era parecida, a busca da transcendência em cima de uma moto.

Tem a abertura no YouTube. Cada episódio começava com o mesmo trecho do filme original: Bronson pára ao lado de um carro e o motorista começa uma conversa.

MOTORISTA: takin a trip? (Viajando?)
BRONSON: What’s that? (Como?)
MOTORISTA: takin a trip? (Viajando?)
BRONSON: Yeah. (É.)
MOTORISTA: Where to? (Para onde?)
BRONSON: Oh, I don’t know. Wherever I end up I guess. (Oh, eu não sei. Acho que para qualquer lugar que eu chegar.)
MOTORISTA: Man, I wish I was you. (Cara, eu queria ser você.)
BRONSON: Really? Well, now hang in there. (Sério? Bem, então se agarre a isso.)

Bronson é interpretado por Michael Parks, que recentemente tem participado de trabalhos de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. No filme, o jornalista pega a estrada depois do suicídio de um grande amigo, se transformando em um nômade em busca da sua própria salvação. Embora as tomadas do Bronson andando de moto sejam impressionantes, o que mais marca é a sua busca espiritual. Vale a pena.

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