Vestimenta e Acessórios

© Coleção Equilíbrio em Duas Rodas (2021)
Livro: De Motoca na Estrada

VESTIMENTA E ACESSÓRIOS
Fábio Magnani
[publicado originalmente em outubro de 2009]

29.10.2009

Sempre existe a vontade de se levar um monte de coisas na viagem: ferramentas, filmadora, roupas para todas as ocasiões, equipamentos de segurança, mp3, livros etc. As roupas trazem conforto e segurança, e os acessórios proporcionam momentos de divertimento fora da moto.

Mas há um preço a se pagar por isso. A moto fica muito mais pesada, principalmente no caso de viagens com garupa; fica mais trabalhoso arrumar tudo pela manhã ; e é mais difícil encontrar alguma coisa na hora da pressa ou na estrada. Mas talvez o pior aspecto seja quando você quer, por exemplo, parar no meio do dia para caminhar em uma trilha ou tomar um banho de cachoeira. É preciso encontrar um lugar onde deixar a jaqueta, protetor de coluna, capacete etc. Uma idéia é deixar na casa de alguém ou em algum restaurante, mas nem sempre é fácil. Além disso, você sempre fica preocupado se o lugar é confiável.

Eu divido o que levo nas viagens em 4 categorias:

  • Pilotagem. As roupas que uso em cima da moto, equipamentos de navegação e de segurança.
  • Passeio. Roupas e acessórios que levo na moto mesmo que vá fazer um passeio de um dia só. Inclui livro, primeiros socorros, higiene etc. Tudo o que uso nas trilhas, praias e caminhadas. Mesmo nas viagens, às vezes deixo a maior parte da bagagem no hotel e saio só com o necessário para aquele passeio de um dia.
  • Viagem. No caso de mais dias de viagem é necessário levar mais roupas também.
  • Utilidade. Ferramentas, acessórios e sobressalentes.

Que fique claro que a lista que deixo aqui é para super-hiper-mega viagens, em lugares isolados e distantes, viajando sozinho. O maximo maximorum. Na maior parte das viagens levo bem menos do que isso.

Por exemplo, só seria possível levar todas as ferramentas e sobressalentes listados abaixo se fossem divididos em outras motos. Material de camping para longas viagens só se fosse sem garupa. Na prática, eu e a Renata colocamos no chão tudo o que gostaríamos de levar. Depois vamos tirando, tirando, tirando… até que o volume e o peso sejam razoáveis.

A idéia desta página é explicar a importância para mim do uso de cada um destes acessórios. Para uma lista enxuta, fazer o download do check-list. Outro problema é como organizar tudo isso. Mas é só impressão, pois divindo a organização em várias etapas dá para resolver. Deixo uma sugestão na página de planejamento.

Quero explicar dois aspectos antes de apresentar a listagem. Vejo os passeios de moto como um misto de pilotagem e caminhadas para cachoeiras, açudes e pontos turísticos. Então levo em conta a facilidade ou dificuldade que terei para essas caminhadas. Outra coisa é que sempre vivo em conflito em relação à roupa. Gostaria de parecer uma pessoa “normal” quando chegasse em uma cidade, mas sem abrir mão da segurança. Não acho muito legal chegar como um astronauta porque acho que afasta as pessoas, mas por enquanto não há escolha.

Pilotagem

  • Pochete escondida. Levo os meus documentos principais e a maior parte do dinheiro enrolados dentro de um saco zip, em uma pochete de pano escondida debaixo da calça. Além da segurança, é muito prática para andar por cidades. Só é preciso ter cuidado para não esquecê-la quando for nadar.
  • Carteira falsa. No bolso levo uma carteira normal, com cópia dos documentos, cartões vencidos e o dinheiro do dia. Se algum batedor de carteira aparecer não vai estragar a minha viagem.
  • Documentos. CNH, documento da moto,  identidade, cartão de saúde, cartão de seguro da moto, documentos internacionais (vistos, passaporte, carnet de passage, carta verde, habilitação internacional, seguro de moto internacional, seguro de saúde internacional).
  • Dinheiro. Em geral ando com dinheiro para uns 5 dias de viagem (5xR$ 150,00), mais um extra para eventuais passeios (R$ 100,00) e emergências (R$ 100,00). Passados os 5 dias, passso em algum caixa eletrônico para encher a carteira de novo.
  • Cartão de crédito/banco. Tento sempre usar dinheiro vivo ao invés do cartão. Isso porque não sou muito disciplinado para conter os gastos. Vendo o dinheiro desaparecer da carteira fica mais fácil. Mas mesmo assim sempre levo um cartão mastercard internacional e um hipercard que é muito aceito no nordeste, além do cartão do banco para retiradas.
  • Cartão de informação. Mesmo na cidade sempre levo um cartão com minhas informações em caso de acidente. Meu nome, tipo sanguíneo, telefones e tipo de seguro de saúde. É claro que pode ser usado em um sequestro, mas o risco vale a pena.
  • Cartão telefônico. Nem sempre o celular funciona no inteiror, onde o velho orelhão ainda tem a sua serventia.
  • Bolsa de perna. Ainda não tenho, mas está na lista. Deixar as coisas todas espalhadas pelos bolsos da jaqueta tem a vantagem de dificultar um batedor de carteiras. Mas por outro lado, toda vez que você pára em algum lugar para caminhar tem que esvaziar todos os bolsos da jaqueta (que ficará guardada em algum lugar), aumentando os riscos de algum esquecimento ou perda. Acho melhor dividir os documentos/dinheiro na pochete escondida e celular/gps/chave/óculos/bloco/caneta/câmara na bolsa de perna. Assim fica mais fácil fazer passeios à pé.
  • Bota. Ultimamente tenho usado uma bota impermeável Roam da Alpinestar. Boa proteção e impermeável, mas é um pouco dura e não é muito boa para caminhadas. Ainda não tenho um veredíto final se vale a pena o desconforto pela segurança. Tive uma má experiência com ela quando entrou água pela calça jeans em uma chuva e a bota ficou toda ensopada o dia todo. À noite meu pé estava fortemente enrugado e dolorido. Vamos ver com mais experiências.
  • Meia. Uso meias normais, pensando mais no conforto em caso de caminhadas.
  • Bermuda com proteções laterais. Ainda não tenho, mas achei idéia a se pensar.
  • Calça. Uma das compras que fiquei mais empolgado foi a de uma calça impermeável de cordura com forro removível, da Zebra, modelo Twister. Não suja tanto como o jeans depois de vários dias de viagem e me livraria da capa de chuva. Mas na prática é impossível usar essa calça no calor do nordeste. Não há nenhuma entrada de ar. Ao final do dia o cheiro do suor é insuportável. Mas foi fácil resolver o problema: passei a tesoura no forro dela. Agora está bem fresca no verão e ainda permite colocar o forro no frio. Não é mais impermeável, mas agora posso usá-la.
  • Lenço. Sou um homem às antigas neste quesito, sempre tendo um lenço de pano no bolso.
  • Cueca. Normal.
  • Short ou sunga. Procuro viajar com um short bem leve (daqueles de corrida) ou sunga por baixo da calça. Daí fica fácil para tomar banho em uma cachoeira, açude ou praia no meio do dia.
  • Camiseta. Acho que seria mais prático usar camisetas sintéticas, para diminuir o suor e sujeira. Mas não me adapto muito bem. Prefiro as de malha, que sujam mais fácil e ficam feias logo. Uma idéia que apareceu para a viagem ao Atacama foi comprar camisetas bem baratas (tipo R$ 2,00) para ir deixando no meio do caminho, nos hotéis.
  • Blusa de manga. Uso uma azul de trilha da ASW. Muito boa para proteger do sol quando estou sem a jaqueta.
  • Cinto. Para segurar a calça jeans. Mais uma característica retrô minha.
  • Jaqueta. Tenho 3 jaquetas que uso na moto. A primeira de couro marrom, minha preferida esteticamente, mas que acabo não usando porque não suporta nem um pouco de chuva. É uma jaqueta comum, não de motociclista, não tendo proteções internas. A outra jaqueta da Arlen Ness, toda preta, feita de ballistic, com visual de sniper da SWAT. Usei na maior parte das minhas viagens até agora. Muito leve e fresca, tem como incoveniente não ser impermeável. Por ser preta, acredito que cause um afastamento das pessoas quando chego nas cidades menores. Ultimamente comprei uma Alpine Star 7-10 preta e azul. Impermeável, feita de cordura, com proteções internas e fôrro removível. Estou muito contente com ela. Tem um visual leve, aguentou bem na chuva e não é muito quente para andar no sertão. Acredito que vá se sair bem também no frio quando eu colocar o fôrro térmico. Não posso dizer nada sobre a durabilidade das costuras, já que usei pouco.
  • Luva. Essa história de luva é longa. Sempre usei Lúmica não impermeável. São confortáveis mas com pouca proteção. Comprei então uma Shift Torrent impermeável. Como ela tem duas camadas, dá o maior trabalho para vesti-la toda vez que páro em um posto. Isso não é um problema específico da Shift, pois todo mundo reclama das luvas impermeáveis, de qualquer marca. No final das contas, quem vai usá-la é a Renata, que não precisa tirar a luva toda vez que paramos para abastecer. Para terminar a história, acabei encomendando uma Alpinestar SP2. Tem boa proteção, é bonita mas não é impermeável (ainda bem!).
  • Bandana. Já achei legal, mas hoje em dia quase não uso. Mas tem como principal função diminuir o cheiro de suor que vai ficando no capacete com o tempo.
  • Joelheira. Uso uma joelheira comum ASW image. Não incomoda em nada quando estou na moto e acaba até provando maior conforto na pilotagem, pois corta a pressão do vento nas pernas. O único incoveniente ocorre durante os passeios durante o dia, pois é mais uma tranqueira para guardar. Talvez compre uma articulada.
  • Cotoveleira. Talvez compre uma em substituição às que vêm na jaqueta. Mais uma coisa para guardar nas caminhadas.
  • Capacete. Atualmente uso um Zeus 508c todo preto. O fato de ser articulado ajuda muito para pedir informações e interagir com as pessoas, mas por outro lado aumenta um pouco o ruído. Por ser todo preto, acaba criando uma imagem mais agressiva, principalmente porque a minha moto é toda preta. Acabei comprando um LS2 FF366 Lagarto Azul Fosco. Visualmente mais leve.  Não que seja uma troca baseada na razão. Acho que a motivação maior é mudar mesmo.
  • Protetor auricular. Usava bastante quando tinha um capacete Peels. Agora não uso tanto. Elimina o ruido indesejável, mas você continua ouvindo buzinhas e os carros. O incoveniente é uma pequena dor na orelha no final do dia e o trabalho de colocá-lo em toda parada. Muito útil para dormir em hotéis barulhentos.
  • Camelbak 1,5 litros azul. Foi a maior aquisição que já fiz. Poder beber água durante a viagem diminui muito o cansaço e a sonolência.
  • Protetor de coluna. Spyke B-08. Protege a coluna no caso de queda e força uma postura correta de pilotagem, diminuindo bastante o cansaço. Esquenta um pouco, mas nada muito pior que a jaqueta. O incoveniente, como de vários outros ítens, é de onde deixá-lo quando se pára para uma caminhada.
  • Protetor de pescoço. Uso um da ASW azul. Uma coisa simples que pode fazer uma grande diferença no caso de uma queda. Não incomoda em quase nada, a não ser para virar a cabeça completamente para trás no caso de sair de um estacionamento. Também é mais uma peça para guardar no caso de passeios no meio do dia.
  • Segunda pele. Compramos um conjunto feito para viagens, não é específica para motociclismo.
  • Bala clava. Comprei a mais fresca possível, para usar por aqui também.
  • Plásticos com zip. Sempre levo vários nos bolsos para proteger documentos e acessórios.
  • Camera digital de pescoço. Usamos uma W70, que pode ir pendurada no pescoço. Com ela é possível tirar fotos até em movimento, sem precisar tirar a luva ou descer da moto. Muito prática, embora de qualidade inferior. Estou pensando em atualizar por uma outra de mesmo tamanho, mas um pouco mais moderna. Um pouco mais na página de fotografia.
  • Tripé pequeno. Sempre levo um de 15cm no bolso para tirar fotos minhas em locais isolados. Também muito bom para tirar fotos com pouca luminosidade.
  • GPS. No momento uso um GPS Garmin Etrex Legend. Simples, mas muito bom para o que se compromete: ser à prova d’água, dizer onde a pessoa está e registrar o caminho. Permite baixar mapas gratuitamente da internet. Viajo com o GPS contendo os mapas e waypoints dos lugares que pretendo visitar. Mais informações na página de GPS.
  • Celular. Deixo desligado durante o dia para economizar bateria. O bom é escolher uma concessionária que funcione no interior e em outros países.
  • Calculadora. Tenho uma bem pequena, descartável, para calcular consumo e gastos.
  • Bloco e caneta. Anoto quilometragem, impressões, nomes e tudo o mais que posso durante as viagens.
  • Mapa de bolso. Sempre levo no bolso uma página com o mapa da região que vou andar naquele dia. São impressões escaneadas, descartáveis.
  • Roteiro do dia. Também deixo escrito em um papel onde passarei no dia, com as principais bifurcações e atrações.
  • Relógio. Nem sempre levo, pois há o do celular e do painel da moto.
  • Apito. Essa idéia tirei de livros de camping. No caso de uma quebra ou queda em um local remoto, você não conseguiria ficar gritando por socorro por muito tempo. Com um apito você consegue chamara a atenção em uma distância muito maior e por muito mais tempo.
  • Óculos. Talvez fosse melhor usar lentes de contato, mas segundo minha oftalmologista e amigos, logo ficam inutilizáveis com a poeira da estrada.
  • Chave da moto. Acho que não é necessário explicar.

Passeio

  • Pochete. Onde jogo tudo o que está na jaqueta na hora das caminhadas. Mas provavelmente vou substituir pela bolsa de perna.
  • Chapéu. Proteção contra o sol nas quebras e caminhadas.
  • Short. Levo no bauleto quando não estou usando sob a calça.
  • Tênis.  Tenho preferido andar com uma bota impermeável segura na moto e levar um tênis separado para as caminhadas. Normalmente levo por fora do bauleto, amarrado na aranha, para não ocupar tanto volume.
  • Livro. Normalmente levo um livro no caso de espera de colegas ou quebras da moto.
  • Informações. Endereços, contatos, reservas, passagens e sites importante. Guardo tudo em uma pasta, para fácil acesso.
  • Sunga. Levo no bauleto quando não estou usando sob a calça.
  • Toalha de rosto. Serve para enxugar a moto ou o corpo depois de uma cachoeira.
  • Cheque. Embora não seja em qualquer lugar, pode ser importante para uma emergência maior.
  • Óculos escuros. Eu não tenho muito costume de usar óculos escuros, mas vou providenciar um – com grau e polarizado – para usar no deserto do Atacama, onde a luminosidade é muito alta.
  • Capa de chuva. Tentei me livrar deste peso e volume com a compra de roupas impermeáveis. Mas a jaqueta não é completamente impermeável, além da calça ser impossível de usar no calor. A capa vai continuar nas viagens, mesmo que com um uso um pouco mais restrito.
  • Camera digital grande. Usamos uma Sony H-10. De boa qualidade para fotos, mas que pelo tamanho não pode ser levada no pescoço. Vai dentro de uma bolsa, acompanhada do seu cabo e carregador. A questão é que toda vez que vamos tirar uma foto com ela precisamos descer da moto, tirar a luva, abrir o bauleto etc. Na página de fotografia falo um pouco mais sobre esta câmera.
  • mp3. Não é um item indispensável, mas é bom ter uma companhia quando se espera algum colega, troca de pneu ou na solidão de um hotel.
  • Bússola. Comprei uma Suunto M-3, do tipo base plate, com correção de declinação. Como o meu GPS não têm bússola magnética, a bússola apresenta maior precisão na navegação. Sem contar que será fundamental no caso de algum problema com o GPS. Eu falo um pouco mais da bússola na página de GPS.
  • Polaina. Como uso uma bota impermeável, acabo não usando muito a polaina. Mas tenho o costume de deixá-la sempre no bauleto. Dificulta a pilotagem, pois prende o pé na pedaleira e diminui a firmeza.
  • Protetor solar. Indispensável para quem vai ficar o dia todo na estrada, principalmente no Atacama, onde a altitude e buraco na camada de ozônio diminuem a atenuação dos raios ultra-violeta.
  • Papel higiênico. Não é muito bom contar que haverá papel higiênico em qualquer posto ou moita da estrada. Já me salvou de várias emergências. Para diminuir o volume, sempre pegou um rôlo quase no final, enrolando em um saco plástico para não molhar.
  • Primeiros socorros. Iodo, soro fisiológico, tesoura, esparadrapo, band-aid, gaze, atadura, cataflan (anti-inflamatório), nimesulida (torcicolo), tandrilax (relaxante muscular), dipirona (dor de cabeça), benegripe (gripe), nebacetin (cicatrizante e antiséptica), bepantol (assadura), caladril (alergia, insetos, queimadura), albicon (afta), locóide (dermatite ceborréica), dexametazona (picadas), calminex (pomada muscular), sal de fruta, termômetro, agulha, linha, repelente, protetor solar, manteiga de cacau, caladril,
  • Bolsa de higiene. xampu, condicionador, sabonete, desodorante, escova, pasta de dente, enxaguante bucal, fio dental, talco para pé, lâmina de barbear, cortador de unhas, protetores.
  • Chave da moto extra. Nas viagens maiores sempre levo uma chave extra caso perca a principal.
  • Chave de casa. Bem, tenho que voltar um dia.
  • Caixa de óculos. Para guardar os óculos escuros e os de grau quando não estou na moto. Meu astigmatismo/miopia são baixos, então uso os óculos só dirigindo mesmo.
  • Óculos extra. Só levo nas viagens maiores. Se precisar até consigo pilotar sem os óculos, mas começo a ficar cansado com o tempo. Diminuiria muito o prazer da viagem caso perdesse os meus óculos e não tivesse um substituto.
  • Tripé grande. Recentemente compramos um tripé de 1m  WT 3510A, de alumínio, que pesa 650g. Ainda não fizemos viagens com ele, mas a despeito do volume é provável que o levemos para tirar fotos das paisagens no Atacama. O tripé não tem contrapeso, mas nada que uma sacola cheia de pedras ou areia não resolva.
  • Sacos plásticos para roupa suja, alforjes e malas. No caso de chuva coloco todas as coisas das malas dentro de grandes sacos plásticos.

Viagem

  • Mapas. Uso o Guia Rodoviário 4 Rodas para o Brasil, mapas . Todos planimetricos e com baixa resolução. Mas não há muito alternativa, já que o peso de mapas mais detalhados seria proibitivo para uma viagem longa de moto. Fundamentais para uma visão geral da viagem ou uso no caso de problemas com o GPS. Na página de GPS tem uma discussão um pouco maior sobre mapas.
  • Conjunto de mapas do dia. Antes da viagem escaneio os trechos em que vou passar, de forma a ter todos os dias uma página simples com o mapa de onde estou passando.
  • Guias. Atualmente uso o Guia 4 Rodas para o Brasil, que é muito fraco para o interior, e os Guias Lonely Planet para o Chile e Argentina. Esses outros são muito bons porque foram desenvolvidos para mochileiros outdoor, então têm passeios em trilhas, horários de ônibus, pousadas baratas, informações culturais etc. O problema é o peso. Na viagem vou tirar apenas as páginas que interessam. Na página de GPS tem um pouco mais de informações sobre guias.
  • Roteiro detalhado.  Pontos turísticos, estradas e coordenadas dos locais que quero visitar.
  • Jogos de camiseta/cueca/meia. Faço vários jogos desses enrolados em sacos plásticos. Ao final do dia, no hotel, fica fácil achar tudo. Aproveito e já coloco a roupa suja no saquinho.
  • Luva, camisa e calças leves. Algumas vezes, durante a viagem, são feitos passeios curtos em praias ou pequenas trilhas. Para isso levo uma luva de trilha, camisa e calças bem leve, com a função principal de protegerem do sol durante o dia de passeio.
  • Calças extras. Um dia é preciso trocar as calças.
  • Chinelo. É bom ter um conforto a mais nos hotéis durante grandes viagens.
  • Bermudas. Para uso nos hotéis, cidades e trilhas.
  • Jogo de bermuda/camiseta para dormir.
  • Jogo de roupa para passeio em cidade. Uma calça leve e deixar pelo menos uma camiseta limpa reservada para ir a um restaurante.
  • Lenços. Também tem que ser trocados.
  • Blusas de frio. Para viagens em locais frios, tanto para usar debaixo da jaqueta quanto nos hotéis.
  • Calças de frio. Mesma coisa.
  • Caderno e caneta. Durante a pilotagem vou registrando tudo no bloco da minha jaqueta, mas ao final do dia gosto de ter um caderno maior.

Utilidade

  • Cabos com cadeado. Normalmente no dia-a-dia guardo o capacete no bauleto. Mas nas viagens não há mais espaço. Então sempre ando com pequenos cabos para prender o capacete no guidão.
  • Elásticos. Servem para quase tudo, como prender bolsas no banco ou o alforge. Levo vários sobressalentes.
  • Aranha. Uso sempre um envolvendo o bauleto e a bolsa de banco. Levo ainda sobressalentes para o caso de perdas.
  • Saco de couro. Um saco forte para guardar tênis, ferramentas, sobressalentes etc. Pode ir amarrado no banco ou em cima do bauleto.
  • Pilhas para GPS, camera digital e mp3.
  • Carregador de celular.
  • Carregador da câmera digital.
  • Cabo da câmera digital.
  • Comida. Sempre levo um pouco de comida, biscoitos ou barra de cerais, pensando na possibilidade de uma quebra ou espera prolongada.
  • Água. Sempre levo bastante, no Camel Bak e em garrafas no bauleto. Nunca se sabe quando você vai precisar.
  • Cobertor e lona. São fundamentais em caso de ter que passar a noite devido a uma quebra em lugares frios ou chuvosos. A questão é o peso.
  • Barraca,saco de dormir,cobertor,colchão, rede leve, utensílios de cozinha e de camping. Isso é para quem gosta de camping. Não tenho experiência nenhuma. Como viajo muito com garupa fica difícil levar tudo isso. Mas fica registrado.

Sobressalentes e Extras

Tudo nesta lista é pensado na viagem ao Atacama, que terá quilometragem maior que 17.000 km. Em uma viagem como essa, é bem possível que alguns itens se desgastem.

  • Pneus. Esses são sobressalentes especiais. Por um lado temos quase certeza que serão consumidos na viagem. Mas eles têm vantagens. São relativamente fáceis de achar nas grandes cidades. Mas também avisam quando precisam ser trocados. Então, mesmo que você esteja a 1.000 km de alguma cidade grande, dá para programar a troca. Além disso, são muito pesados para levar na viagem.
  • Câmaras de ar dianteira e traseira. Levo quase sempre nas viagens que faço acima de um dia. Embora possam ser encontradas em qualquer cidade grande, não é muito fácil achar uma câmara para os pneus da XT em uma cidadezinha pequena do sertão. Adicionalmente, câmaras de ar não avisam quando vão rasgar ou furar.
  • Mangote. Eu nunca coloco o mangote na bagagem, mas fui aconselhado a levar no caso da viagem ao Atacama. Um pedaço grande e flexível, que possa ser cortado e ajustado para alguma emergência no sistema de arrefecimento do motor.
  • Abraçadeiras. As de metal podem ser usadas para fixação emergencial de bolsas, escape e suporte. Já as de plástico são excelentes para prender cabos elétricos.
  • Manetes de freio e embreagem. Quando uma moto cai de lado, muitas vezes os manetes  são os primeiros a quebrar. Com o uso de protetor de mão isso é menos comum. Mas de qualquer maneira são peças baratas e leves.
  • Lâmpadas do farol, traseira, luz de freio e piscas. Fáceis de encontrar em qualquer cidade um pouco maior, mas são bem leves e baratas para se levar. Podem economizar chateações com a polícia.
  • Vela. Durante uma viagem mais longa podem ser necessárias.
  • Filtro de óleo e de ar. Pode ser difícil encontrar um filtro de óleo para a XT em regiões menos habitadas.
  • Fusíveis. Também são componentes bem simples que podem trazer dores de cabeça. As motos já vem com alguns sobressalentes, mas é bom conferir, porque às vezes os mecânicos pegam os sobressalentes.
  • Pastilhas de freio dianteiro e traseiro. Bem possível que se desgastem na viagem.
  • Cabos de acelerador e embreagem. São relativamente caros e não tão prováveis para romper. Uma sugestão foi levar um pedaço grande de cabo, com terminais ajustáveis. No caso de quebra, seria fácil montar um cabo emergencial. Mas ainda tenho que ver se dá para usar um esquema desses no caso do acelerador.
  • Raios. Caso quebrem em um buraco.
  • Corrente. A corrente original da XT tem retentores e não tem emenda. Isso é muito bom, mas para tirar a corrente é preciso remover a balança, o que dá muito trabalho. Por isso acho que vou viajar com uma corrente com emenda. Ainda não decidi se vou com uma corrente principal DID, que não tem retentores, mas é de maior qualidade, ou se com a KMC, que tem retentores. Estou mais pela segunda. Como corrente sobressalente, estou pensando em transformar a original que está na moto em uma corrente com emenda. Segundo os mecânicos, é possível trocar um dos elos.
  • Kit de tração. Provavelmente não precisaremos trocar antes de reentramos no Brasil. Também, é um componente que avisa o desgaste, então pode ser comprado em uma grande cidade. Mas já que vamos viajar em várias motos iguais, pode valer a pena levar.

Além disso, há material extra que pode ser levado.

  • Óleo para motor. No caso de trechos longos distantes de cidades.
  • Tire pando. Serve tanto para recuperar pequenos furos quanto para encher emergencialmente o pneu.
  • Reservatório extra de gasolina. Pode ser um pequeno tanque plástico ou até garrafas de refrigerante. Precisamos ainda avaliar a segurança desse procedimento. Estou seriamente inclinado a trocar o tanque por um outro maior.
  • Óleo SAE 90. Dentro de um tubo, para lubrificar a corrente.
  • Manual do usuário da moto. Levo sempre uma cópia junto com o jogo de ferramentas.
  • Manual de serviço da moto. Muito grande para levar impresso. Mas vale a pena levar em um pen drive, pois pode aparecer um serviço mais sério. Não que você vá fazer na estrada, mas pode ser de ajuda para um mecânico que não conhece a moto.

Ferramentas

Também dá vontade de jogar a caixa de ferramentas completa em cima da garupa. Mas o peso é muito grande. Completamente inviável. Aqui acontece a mesma coisa que com os sobressalentes. Abro a caixa de ferramentas e vou escolhendo por prioridade.

  • Jogo da moto. O jogo de ferramentas que vem com a moto serve para reparos rápidos. Faltam algumas ferramentas importantes, como uma chave L 13 para tirar o óleo da coluna do quadro e uma chave allen para o eixo dianteiro. Além disso, as chaves são pequenas, dificultando a retirada de porcas mais resistentes. Eu aumentei o jogo com um jogo completo de chaves allen, incluindo a chave do eixo dianteiro e com uma chave regulável pequena. O jogo tem, além das chaves gerais, uma chave para a vela, para ajuste do amortecedor e uma chave de raios.
  • Chaves allen. A XT usa muito esse tipo de fixação. Comprei um jogo completo, como dito ai em cima, acrescentado ainda da chave para o eixo dianteiro.
  • Alicates reto, de bico, de pressão e de corte transversal. O alicate do jogo da moto é muito fraco.  Se der, é interessante levar alinda um alicate de bico reto, um alicate de bico, um de pressão e um de corte transversal. Mas o peso sempre é grande, então acabo levando só o de bico reto.
  • Jogo de soquetes. Também conhecido como chave de caixa. Vem com vários extensores que permitem o acesso de porcas nas mais variadas posições. Mas o problema é que o jogo é muito pesado. Bom para se ter em casa, mas quase inviável em viagens.
  • Chaves de fenda e philips. Sempre são necessárias, em vários tamanhos. Embora sejam mais trabalhosas para se usar, eu prefiro as de cab0 curto, porque são mais fáceis de se levar na viagem. Para uso em casa, prefiro as de cabo mais longo mesmo.
  • Calibre de vela e válvulas. No caso de troca da vela, para ajustar a distância do eletrodo. Já o de válvula dificilmente será usado em uma viagem. Mas de qualquer maneira são pequenos e fáceis de levar.
  • Serra de aço. Serve para cortar metal, como uma corrente sem emendas, por exemplo.
  • Jogo de chaves combinadas. O meu jogo vai de 6mm até 18mm. Inclui ainda chaves 19mm, 22mm e 24mm.
  • Chaves L. São muitas vezes mais fáceis de usar do que as combinadas, mas acabo usando só em casa. Levá-las em duplicata aumentaria muito o peso. Mas algumas são essenciais, como a 13, para tirar o parafuso de óleo da coluna. Por causa do protetor de motor não dá para desprendê-lo com uma chave comum.
  • Arame fino. Essencial para fixar emergencialmente algum acessório que estiver solto.
  • Fio de cobre grosso. Tem a mesma finalidade do arame. Por um lado é mais fraco, mas pode ser moldado com a mão.
  • Cabos elétricos. Para emergências no sistema elétrico.
  • Silver tape. Também servem para muitas emergências. Uma vez usei para fixar a bolha que tinha quebrado na parte inferior. A bolha ficou no lugar quase 2.000 km.
  • Fita isolante. Para reparos no sistema elétrico.
  • Superbonder, durepox e araldite. Tenho em minha mala de ferramentas, mas acabo nunca levando nas viagens por medo de vazamento. Mas acho que um dia vou me arrepender por não levar.
  • Martelo de aço e de borracha. Para tirar eixos e rolamentos, desempenar acessórios, tirar pneus, etc. Por causa do peso, acabo levando só o de aço.
  • Multímetro. Tenho um mais completo em casa. Para viagem, comprei um de bolso. O problema é que não tem multímetro indutivo, o que impossibilita verificar a corrente para o motor de partida, por exemplo. Mas levar um multímetro maior aumentaria muito o volume. Só com o ohmímetro e voltímetro já dá para encontrar muitas falhas. Estou pensando em comprar um amperímetro de bolso também, para levar na viagem.
  • Chave teste. Interessante para testes rápidos de tensão ou provocar pulsos, como no caso de testes da bobina. Não estou conseguindo achar uma chave teste com garra para fixar no quadro.
  • Lanterna. Outro item essencial para viagens. Levo até para ir ali na esquina. Tenho uma daquelas que se fixa na cabeça, o que deixa as mãos livres.
  • Estilete. Para cortar cabos, plásticos etc.
  • Canivete. Sem a mesma precisão de um estilete, mas permite aplicar mais força.
  • Isqueiro. Para fundir plástico e aquecer peças, basicamente.
  • Fita de fixação. Importante para prender a moto sobre um carro ou caminhão, em caso de quebra.
  • Corda. Para a moto ser rebocada.
  • Jogo de reparo de pneus (2 espátulas, chave de válvula de pneu, remendo instantâneo, lixa e cola). Como o nome está dizendo, serve para rápidos reparos em caso de furos.
  • Bomba de ar. Para encher o pneu depois dos reparos. Segundo sugestão do pessoal do curso de mecânica, comprei uma elétrica, mais leve, e fiz a adaptação para ligá-la na bateria.
  • Calibrador de pneu. Ferramenta interessante para testar a pressão do pneu tanto depois de reparos quando em momentos em que se quer andar na areia.
  • Paquímetro. Tenho um de metal, com boa resolução, e outro de plástico. Uso para medir o tamanho das porcas no caso de compras e para escolher a chave correta. Um mecânico com experiência não precisa disso, pois pode diferenciar os tamanhos só olhando. Nas viagens levo só o de plástico.
  • Ferro de solda e estanho. Tenho em casa, mas acabo usando só em casa mesmo.
  • Furadeira e extrator de parafuso. Importantes para tirar parafusos quebrados, mas também não dá para levar na viagem.
  • Chave de impacto. Mais uma ferramenta que deixo em casa. O peso é grande.
  • Mangueira de combustível. Para transferir a gasolina de carros ou outras motos em caso de pane seca ou reparos no tanque.
  • Funil. Para colocar gasolina extra e óleo de motor.
  • Cabos de jump. Para testes elétricos (agulha e jacaré), jumpear sensores e troca de cabos.
  • Macaco universal. Para troca das rodas. Não confiei muito nesse macaco, então acabei instalando um descanso bilateral. Mas mesmo assim terei que levá-lo, porque ao tirar a roda da frente é preciso escorar a moto para ela não encostar as bengalas no chão. Mas o peso é bem pequeno, só para contrabalançar o peso apoiado no descanso bilateral.
  • Chupeta. Para partida do motor com bateria de outros veículos.

Primeiros socorros

Aqui não há desculpa para não levar. Dá para colocar tudo isso em uma pequena bolsa. É claro que você não vai consertar uma perna quebrada com isso, mas pode ser a diferença para não pegar uma infecção, diminuir o desconforto de uma queimadura de sol ou eliminar uma afta.

  • Iodo
  • Soro fisiológico
  • Tesoura
  • Esparadrapo
  • Band-aid
  • Gaze
  • Atadura
  • Cataflan (anti-inflamatório)
  • Nimesulida (torcicolo)
  • Tandrilax (relaxante muscular)
  • Dipirona (dor de cabeça)
  • Benegripe (gripe)
  • Nebacetin (cicatrizante e antiséptica)
  • Bepantol (assadura)
  • Caladril (alergia, insetos, queimadura)
  • Albicon (afta)
  • Locóide (dermatite seborréica)
  • Dexametazona (picadas)
  • Calminex (pomada muscular)
  • Sal de fruta
  • Termômetro
  • Agulha
  • Linha
  • Repelente
  • Protetor solar
  • Manteiga de cacau
  • Cabides com ventosa

Para o Futuro

Existe uma série de acessórios que gostaria de ter também. Mas ou são muito caros, ou não levo por causa do peso. Mas é bom deixar registrado para algum dia no futuro:

  • Telefone por satélite
  • Intercomunicadores
  • Rastreadores
  • Filmadora
  • Laptop pequeno e resistente à vibração

A informações desta página têm uma forte ligação com os equipamentos da moto, que contém informações sobre vários outros acessórios que vão diretamente na moto, e o planejamento da viagem, onde falo um pouco de como organizo todas essas tranqueiras.

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02.01.2011

Aqui no blog tem um check-list com as coisas que levo em uma grande viagem. Mas quando é aqui por perto levo bem menos coisas. Algumas são essenciais, outras nem tanto. Vamos à lista.

Um livro. Qualquer livro. Mas pelo menos um eu sempre levo. Eu não vou nem à padaria sem levar um livro para ler na fila do pão. Mesmo que eu não leia durante um passeio normal de moto, fico pensando no que faria se a moto quebrasse e eu tivesse que ficar esperando por ajuda na beira da estrada. Isso é meio doentio. Coisa de quem precisa encher a mente o tempo todo com coisas externas. Mas até eu me curar, sempre haverá um livro ao meu lado.

Quem sempre vai junto é o GPS Garmin eTrex Legend Cx. Só uso para ver que horas o céu vai nascer. O GPS mesmo é o meu capacete articulado, que sempre abro para pedir uma informação aqui e acolá. Mas acho que o GPS pode ser importante para trilhas não habitadas e no caso de ter que deixar a moto escondida em algum mato no lado da estrada para ir buscar ajuda. Tem um link aí aqui no blog falando sobre a minha história com os GPS’s. Na Viagem ao Atacama ele foi bem prático quando chegávamos em cidades grandes na Argentina e no Chile, pois não sabíamos nos comunicar direito. Mas mesmo assim sempre com um mapa de papel ao lado. Esse meu GPS vai guardado no bauleto, só para ser usado em uma grande emergência.

No momento estou usando uma Câmera Digital Canon PowerShot SX110IS. É pesada demais, volumosa e não tira boas fotos com pouca iluminação. Mas pelo menos tem cabo, pilhas e cartão tradicionais. Na próxima compra vou com uma mais simplezinha mesmo.

Quando passei pelo Paraguai comprei um relógio Casio ProTrek. Era meu sonho de infância. Mede temperatura, altitude, pressão e tem até bússola. Adoro fazer previsão de chuva com o barômetro, como faziam os antigos piratas. Além disso é útil para longas viagens, pois registra o horário em vários fusos diferentes. Coisa totalmente supérflua, mas que eu adoro ter comigo. Fico o tempo todo na viagem vendo qual é a minha altitude. Alguém aí ainda está anotando minhas manias? Continuemos.

Chega uma hora na vida de todo mundo em que a mente pára de seguir os avanços tecnológicos. Como exemplo, alguns escritores antigos nunca conseguiram largar suas máquinas de escrever. Eu percebi que tinha chegado nesse estágio quando a Renata tentou me dar um celular daqueles em que você toca direto na tela. Quando eu fui mexer nele, senti que não havia uma relação direta entre o apertar do botão virtual e a resposta do aparelho. Me deu um desespero completo. Na hora eu desmontei o bicho, tirei meu cartão de memória, arranquei o chip e voltei para o meu bom e velho celular Celular LG GM205 com botões de verdade. Me senti aliviado. Ele até toca música, além de fazer e receber ligações.

Meu presente de natal para mim mesmo foi um gravador de voz Sony ICD PX820. Não é gravador de som, só de voz, o que é bastante útil para cortar o ruído do motor e do vento. É muito mais prático do que um bloquinho para anotar as idéias na estrada. Quero ver também se começo a usar em entrevistas durante as viagens. O único problema é que você fica meio esquisito falando sozinho, mas tudo bem. Dá para gravar quase 100 horas de voz em uma qualidade razoável. Neste passeio eu aproveitei bastante o presente para registrar essas idéias que escrevo agora.

Esse bloquinho aí de cima é praticamente personagem de novela. A marca dele é Moleskine. Quando eu o vi na Saraiva – com elástico, capa flexível, papel especial, design italiano e feito à mão na China – fiquei super excitado para comprar. Com um bloco desses eu poderia me sentir como o Charles Darwin ou o Robert Capa. Mas quando vi o preço, R$ 80,00, desisti na hora. Voltei para casa com a resolução de não gastar dinheiro com aquilo. Mas como um verme, a cobiça foi me corroendo por dentro. Eu precisava daquele bloco para minhas viagens. Até que arranjei um jeito de tê-lo sem trair a minha resolução: pedi de natal para a Renata. Mas não é um bloco para qualquer anotação, já que para isso agora tenho o gravador de voz. Ele está guardado apenas para grandes eventos.

Estava contente, mas daí caí na besteira de procurar informações sobre o famoso bloco Moleskine. Tem um blog satírico que diz que uma das coisas que gente “besta” gosta de fazer é ter um Moleskine. Isso porque esse tipo de gente adora acreditar que é “criativa” e que precisa de algo especial para guardar suas grandes idéias. Meti o meu rabo entre as pernas e fui contar isso para a Renata. Ela ficou puta da vida: “Deixe de ser besta ficando preocupado se os outros te acham besta ou não!”. Acatei o comando e agora, besta ou não, estou feliz da vida com o meu bloco de expedicionário-explorador-poeta-repórter-naturalista. O blog é esse daqui: Stuff White People Like.

Claro que uma caneta. Mas não tenho nenhum fetiche especial, além de uma certa preferência por aquelas com várias cores. São úteis para destacar partes do texto e mais confiáveis. Preferiria usar lápis, pois é “mais melhor” para desenhar, só que dá um certo trabalho manter a ponta.

Junto vai um caderno maior, para desenvolver textos maiores. O atual é um Moto Journal Potter Style. Tem capa emborrachada e papel quadriculado. Tenho uma certa mania por papel quadriculado porque as linhas horizontais são mais próximas. Acho que todo mundo deve concordar que é horrível escrever com linhas muito espaçadas, como nos cadernos normais. Agora, seja qual for a distância entre as linhas, é muito desafiador escrever diretamente no papel. Sou acostumado no computador, onde vomito as palavras e depois volto para editar. No papel não há volta. Você só deve escrever depois de ter pensado muito bem no assunto. É coisa de gente grande. Esse daí eu comprei na Livraria Cultura. Foi um pouco caro, mas não me arrependo. Depois de mais de um ano rodando por aí, a encadernação continua perfeita. Isso sem contar com a capa, que é muito legal.

Mapa de bolso. Nada de especial, só uma folha impressa com as informações da região por onde vou passar. Dobro em quatro partes, meto no bolso e consulto de vez em quando para fazer as minhas escolhas. É bom, às vezes, saber mais ou menos onde você está…

No mais, levo algumas ferramentas, sacos do tipo zip-lock para guardar os documentos no caso de chuva, dinheiro, documentos e elásticos para prender alguma coisa na moto caso necessário. Levo também uma capa de chuva, mas tenho usado cada vez menos. Prefiro me molhar.

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