Posteres e Bicicletas

© Coleção Equilíbrio em Duas Rodas (2021)
Livro: Bicicletas em Equilíbrio

POSTERES E BICICLETAS
Fábio Magnani
[publicado originalmente em abril de 2017]

Tem uns livros que a gente paquera a vida toda. Às vezes a oportunidade aparece, mas não é o momento certo. Outras vezes a gente até sabe que já é a hora do encontro, mas daí é a chance que não surge.

O livro ‘100 Years of Bicycle Posters’ (‘100 Anos de Pôsteres de Bicicletas’, Jack Rennert, 1973), um dos mais citados da minha biblioteca, é um desses. Era.

Depois de anos de flerte, encomendei em novembro passado. Chegou hoje.

Com essa obra, o autor quis fazer uma homenagem aos 100 anos do surgimento da litografia colorida, técnica artística que permitiu os tais pôsteres coloridos. Como as bicicletas acabavam de amadurecer tecno e mercadologicamente bem naquela época, nada mais natural que tenham sido figuras retratadas com bastante frequência. Dizem por aí que as bicicletas do final do século XIX tiveram muita influência no fortalecimento da propaganda e do consumismo. Não sei. Também não quero condenar as bicicletas pelo seu passado.

Para o livro foram escolhidos 96 pôsteres entre mais de 1000 estudados. Ah… e as reproduções vieram de fotografias feitas diretamente dos originais, que estavam nos arquivos das fábricas, museus e coleções particulares.

E as boas notícias não acabaram por aí não.

Como esse meu livro é usado, chegou cheio de mini surpresas. Primeiro, veio com o cartão da biblioteca colado no lado interno da contracapa. Depois, tem vários carimbos e assinaturas dos seus donos prévios. Mas o que eu mais gostei foi que, por alguma razão, ele veio meio que colado na parte inferior, então eu tive que descolar folha por folha usando uma lâmina. Me senti como aqueles leitores de antigamente, que tinham que cortar as folhas dos livros antes de ler.

Agora chega de passado.

O que importa é o presente e hoje é dia de aproveitar. Vou abrir a janela da varanda do quinto andar no início da noite, colocar um ‘bebop’ no rádio, pegar uma cerveja gelada e ficar só conversando com meu livro sem nenhuma pressa sobre arte e bicicletas. Sem pressa.

Suave na nave.

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